ICEBERG DO TAMANHO DE BRASÍLIA SE DESPRENDE NA ANTÁRTIDA

Desprendeu-se na Antártica um dos maiores icebergs já identificados pela ciência, informou o relatório divulgado nesta quarta-feira por pesquisadores do Project Midas. O bloco gigante de gelo tem 5,8 mil quilômetros quadrados, 200 metros de espessura e pesa mais de um trilhão de toneladas — equivalente à área do Distrito Federal, no Brasil. O satélite Aqua, dos Estados Unidos, captou o icerberg ao passar próximo à plataforma Larsen C e identificou água limpa entre o bloco e o continente.
Os cientistas já esperavam que o bloco de gelo se desprendesse e acompanharam o desenvolvimento da fenda na Antártida por mais de uma década. O processo se acelerou a partir de 2014. Mas a rachadura cresceu 17 quilômetros em apenas seis dias, de 25 a 31 de maio deste ano, e uma curva na estrutura de gelo indicou a iminência do rompimento. Naquele momento, faltavam 13 quilômetros para a separação.
Com o desprendimento, a Larsen C perde mais de 10% de sua área. De acordo com os especialistas, o bloco de gelo não deve se mover para longe da Antártida no curto prazo. Mas será preciso monitorar a movimentação do icerberg, porque as correntes marinhas e os ventos podem empurrá-lo e configurar risco à navegação.
“A fenda não era quase visível a estes dados (do satélite) nas últimas semanas, mas a captação é tão clara agora que (a rachadura) deve ter se aberto consideravelmente ao longo de todo o seu comprimento”, destacou o professor Adrian Luckman, um dos cientistas do Project Midas, ligado à Universidade de Swansea.
De acordo com a “BBC”, o icerbeg deve entrar na lista dos 10 maiores já vistos pela ciência. Não há, no entanto, paralelo possível com os gigantescos blocos encontrados na Antártida. A mais larga estrutura de gelo captada por satélites, por exemplo, tinha 11 mil quilômetros quadrados. Foi achado na plataforma Ross, em 2000, perto da Nova Zelândia, e recebeu o nome de B-15.
Em 1956, de acordo com a rede britânica, tripulantes de um navio americano reportaram um icerberg de 32 mil quilômetros quadrados — uma estrutura que seria maior que a Bélgica. O recorde não foi instituído por não haver tecnologia de satélites à época para verificar o relatório. Na mesma região do novo bloco de gelo, cientistas encontraram um de nove mil quilômetros quadrados, em 1986, o que alertou os pesquisadores para o desenvolvimento de rachaduras na plataforma Larsen C.
O Globo
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